6.26.2007

Cora Coralina

Senhor,

fazei com que eu aceite minha pobreza tal como sempre foi.
Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o que podia ter e se perdeu por caminhos errados e nunca mais voltou.
Dai, Senhor, que minha humildade seja como a chuva desejada caindo mansa,
longa noite escura numa terra sedenta e num telhado velho.
Que eu possa agradecer a Vós,minha cama estreita, minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha de baixo do meu fogão de taipa,e acender,
eu mesma,o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.

Cora Coralina