1.25.2007

Vida

Vida, vida,vida maluca
Que pula,que desce, e deixa cair a peruca
Que sobe,escorrega,e faz rodar a cuca
Vida que da medo,tristeza e alegria
Subo na arvore,caio do galho
Busco o pao, como dizia minha tia
O pao de cada dia
Vida boa, vida duraMelhor assim, se nao, nao tem graça
E eu aqui sentada nessa praça
Ando nas ruas desta cidadeSentindo o vento Que bate
Solidao, liberdadeE nessa vida eu vou indo
Sofrendo, aprendendo
Chorando, rindo
"felizendo",lindo
E chego a conclusao
Aqui com meu coraçao
Que nessas vindas e idas
A vida vale a pena ser vivida!

(Celeste)

1.21.2007

Simplicidade


Simplicidade
Nao quero o mundo louco
de cimento,correria e ganância
Nao, nao quero essa agressividade
Quero viver em liberdade
Quero tocar na vida
E quero que em mim ela toque
Tal qual ela é
Quero rir pelos caminhos
ver a belaza verdadeira
Quero deitar no mato,tomar banho de chuva
E quando o sol quente voltar
Molhar meus pés no rio de agua limpa
Quero o silencio tranquilo
Que vem do som da natureza
E sentir que faço parte dela.

(Celeste)

1.19.2007


L'amour, hum hum, pas pour moi,

Tous ces "toujours",

C'est pas net, ça joue des tours,

Ca s'approche sans se montrer,

Comme un traître de velours,

Ca me blesse, ou me lasse, selon les jours

L'amour, hum hum, ça ne vaut rien,

Ça m'inquiète de tout,

Et ça se déguise en doux,

Quand ça gronde, quand ça me mord,

Alors oui, c'est pire que tout,

Car j'en veux, hum hum, plus encore,

Pourquoi faire ce tas de plaisirs,

de frissons, de caresses, de pauvres promesses ?

A quoi bon se laisser reprendreLe coeur en chamade,Ne rien y comprendre,

C'est une embuscade,

L'amour ça ne va pas,

C'est pas du Saint Laurent,

Ca ne tombe pas parfaitement,

Si je ne trouve pas mon style ce n'est pas faute d'essayer,

Et l'amour j'laisse tomber !

A quoi bon ce tas de plaisirs, de frissons, de caresses, de pauvres promesses ?

Pourquoi faire se laisser reprendre,Le coeur en chamade,Ne rien y comprendre,

C'est une embuscade,

L'amour, hum hum, j'en veux pas

J'préfère de temps de temps

Je préfère le goût du vent

Le goût étrange et doux de la peau de mes amants,

Mais l'amour, hum hum, pas vraiment !

(Carla Bruni)

1.16.2007

Como ja disse antes, eu era uma criança timida e medrosa.
Na escola primaria,me sentia uma estranha. Era como uma puniçao,um fardo.
Nao conseguia me concentrar, tirava notas baixas, mas sempre passava de ano.
Muito solitaria, na hora do recreio, sentada num banco do patio, comendo meu pao com manteiga e açucar todo amassado, que minha mae colocava no fundo da minha pasta. Com aquela vontade enorme de fazer parte do grupo,mas nao ousava,ficava no meu canto.20 minutos de horror. Ao mesmo tempo que queria tanto brincar com os demais, nao queria que ninguem percebesse minha solidao.
Uma professora tao ma, que me fazia ir ao quadro e me fazia perguntas que eu nao sabia responder. Ela dizendo que eu era burra, as outras crianças rindo de mim. A sala começava a rodar.Um bolo no estômago. Um menino, o unico que nao ria e era o mais inteligente da classe, soprava pra mim as respostas; mas naquele estado, eu ja estava quase a ponto de desmaiar, tentava ler seus labios e nao conseguia.
Uma vez tapai meu rosto com as maos e sai correndo pelo corredor à fora.
Isso me custou 3 horas, sentada na sala da diretora, numa cadeira, virada pra parede. A vergonha,a humilhaçao.
Prometi pra mim mesma que seria professora, quando crescesse e que seria carinhosa e nunca deixaria nenhum aluno sofrer.
Nessa época, meus irmaos , que ja eram jovens, faziam parte do grupo jovem e tambem do grupo de teatro, da Igreja . E eu ia sempre com eles, apesar de so ter 10 anos. Participava de tudo, menos das festinhas.
E foi ai que o teatro entrou na minha vida.
Teatro: Um mundo maravilhoso, que permitia a mim,explorar um mundo real e de fantazia ao mesmo tempo. No palco (muitas vezes o palco era o altar da igreja), eu era eu mesma. Sem inibiçoes, sem medo, sem solidao.
Participei de algumas peças, entre elas "Burguesia Franca", que tratava de assuntos sérios, como adultério e drogas. O padre Bira, um padre aberto de mais pra época, dava permissao para nos expressarmos como quizessemos e a liberdade era muita!
Creio que fazer parte do grupo de teatro, contribuiu muito au meu desenvolvimento pessoal.
Passei a me interessar por palavras, sonhos, ideal, poesia. Me tornei uma pequena filosofa solitaria , cheia de progetos, sonhos e aspiraçoes. Uma pequena idealista.
Consciente da minha solidao, mas com a certeza de que faria algo de grande, no futuro!!!
Seria atriz , escritora e professora e faria um mundo melhor.

1.12.2007

Teu Sorriso



Estavamos num restaurante, em Lyon .
Enquanto o garçon servia o vinho, vi a neve caindo atravez do vidro.O homem pediu pra você provar o vinho e você sorriu timido. Eu reconheci o teu sorriso timido,o mesmo daquela foto da escola, quando você tinha 13 anos. Igualzinho!
O mesmo tambem quando você foi me buscar no aeroporto em Paris. E tambem quando você conseguiu dizer em português " eu te amo", pela primeira vez, na lagoa.
Percebi entao que você faz esse sorriso timido cada vez que esta feliz.
Amo esse teu sorriso timido
Você tem um outro sorriso tambem, mas esse eu nao gosto. Um sorriso de quem... , ha deixa pra la.
Uma confusao de sentimentos me envadem constantemente.
Raiva e ternura.
odio e amor.
Querer esquecer e...lembrar, lembrar, lembrar.
Loucura? Demência? Saudade?
Quem podera explicar?

Meu coraçao


Meu coraçao tem machucados e cicatrizesmas esta sempre tentando curar as feridasMeu coraçao tem lagrimas sorrisos e gargalhadasMeu coraçao tem crianças brincando no parqueTem amigos, poucos,mas verdadeirosMeu coraçao tem um bebê dormindo tranquilo nos braços da maeTem campos, montanhas cel azule a imensidao do marMeu coraçao tem saudadeMeu coraçao choraE tambem pula de felicidadeMeu coraçao tem sonhose alguns deles se perderam pelos caminhos da vidamas meu coraçao se recusa a joga-los foraMeu coraçao acorda assustado, as vezesMeu coraçao tem esperançae acredita em um mundo melhorMeu coraçao tem pena de quem odeiaMeu coraçao perdoa e esqueceMeu coraçao quer brilho, quer festa, quer brincarE sonha com um mundo sem fronteirasMeu coraçao tem muito espaço para quem quizer entrar.

Celeste

1.06.2007

sabado 2007

Acordo cedo, com o gato miando. Sou obrigada a levantar e me arrasto até a cozinha pra dar de comer à ele.
Enquanto preparo meu cafe, olho pela janela. Predios sombrios, arvores secas com os galhos balançando e extremeço de frio.
As crianças dormiram fora, estou sozinha.
Ligo o computador. Vejo rostos e mais rostos e sorrisos; mensagens, "tenha um bom dia!". Sao os amigos virtuais.
Volto para cama e sem perceber, fico horas olhando uma fotografia na parede.
As lagrimas vêm, uma, mais uma e o choro compulsivo.
Limpo meu rosto com as maos e tento respirar.
Queria arrancar essa dor de dentro de mim.
Essa dor, que me devora, que me consome aos poucos.
Quero esquecer minha existencia.

sabado-2000


Estou no ano de 2000, em Canoa Quebrada.
Acordei um pouco tarde.Abro a porta da minha casa, caminho alguns metros e chego à praia.
Entro no mar e ele me acorda.
Me sinto bem. Caminho todo o longo da praia com meus pés na agua.
Chego à barraca do Tostao e ele me diz sorridente: "Tenho um peixe fresquinho pra vc, minha Carioquinha".
Enquando espero o peixe ficar pronto, bebo agua de coco e converso com Marianinha e Zeca, filhos dele.
Volto pra casa sentindo o sol quente no meu rosto.
Chegando, começo a preparar meu peixe. De repente, toc toc toc:"ô de casa, posso entrar?
Ja dentro da sala(a porta estava sempre entre-aberta) vejo o velho italiano Carmelo e com um largo sorriso ele diz: "ciao bela!viene manjare conosco!"
Subo as escadas levando o peixe, la em cima toda a italianada reunida.
Musica, caipirinha,vozes com sotaque italiano,amigos...
Almoço com eles, na grande varanda, olhando para o mar.
Depois dormir na rede aré as 5 da tarde.O ventinho que alivia o calor.
Gil e Vera me chamam la de baixo" desce, mulé!"
Sentadas no chao do quintal da casa de Gil,fazer as unhas, passar creme no cabelo, tirar cravo, fofocar, rir até a barriga ficar doendo, ao som de "Morango do Nordeste".
21h.Agitaçao na casa de Gil. Um monte de mulher se arrumando,passa baton,trocas de roupas,risos, anciedade, alegria,cumplicidade.
22h, começar a dançar no "Bar do Meio" e so parar quando o sol do domingo levanta.

1.02.2007

Lembranças

Eu era uma criança timida e solitaria.
Quando nos mudamos pra Tijuca, eu tinha 4 anos.
Lembro de mim, sentada na janela, olhando os outros brincarem na rua.
Havia muita criança,e eu ficava na janela, com a esperança de que alguma delas viesse me chamar.
Até que,houve um aniversario la em casa e ao escutar "parabens pra você", Katia, uma menina que morava na casa ao lado, bateu na porta e ela tinha uma colherzinha na mao. Com os olhos grandes e arregalados, perguntou se podia comer um pedacinho do bolo. Todos riram muito, minha mae a fez entrar. Ficamos uma olhando pra outra(eramos da mesma idade) entao Katia perguntou se eu queria ser sua amiga. Com grande felicidade no coraçao, respondi que sim!
A partir dai, conheci todo mundo!
brincava o dia inteiro na rua; "amarelinha", pique esconde",pique bandera",etc.
Era uma diverçao completa.
Hevia uma escolinha na mesma rua, jardim de infancia. E eu e Katia, entravamos la escondidas so pra brincar, no grande parque de areia. Aquela escola me fascinava!
Chegou o momento, quando fiz 5 anos.
Fui la so pra conhecer e todos aqueles brinquedos e o parque, eu pedi pra mamae me inscrever.
No primeiro dia: Eu, toda animada, com minha grande merendeira, entrei contente. Mas, quando mamae foi embora e vi a porta se fachando.
Aquela professora velha, com roupa de freira, com um sotaque estranho e que falava alto, me arrependi amargamente.
Passei 4 horas agarrada à porta chorando.
No dia seguinte, fui arrastada, e obrigada a entrar. Vi que uma menina conseguira escapar. Pensei em fazer o mesmo no dia seguinte, porém sem suceço, pois me agarraram antes que eu podesse fugir.
Fiquei doente, tive febre.
A professora chegou a ir na minha casa pra me convencer de ir à escola e fingi estar dormindo.
Escondida, atraz da porta, vi mamae se despedindo da professora, que era grande e gorda. "A senhora tem que força-la, se nao nunca vai se acostumar". Mamae com lagrimas nos olhos dizendo que sim, que ela tinha razao.
Mas nao houve geito.
Papai entao deu sua sentença final: "Esta bem, esse ano você fica em casa. Mas no ano que vêm você vai para a escola".
Passava as tardes, quando todos estavam na escola, brincando sozinha na rua.
Minha imaginaçao me levava à um mundo magico, onde eu era uma princesa e as arvores e casas e bichos falavam comigo.
No ano seguinte, foi completamente diferente.
Tia Conceissao...que amor de professora. Ela era jovem e linda e como uma fada, conquistou meu coraçao. Eu ia feliz pra escola! Foi com ela que aprendi a ler e a escrever e aprendi tambem a importância da natureza. Tia conseiçao, explicava que nao tinhamos o direito de agredir nem uma formiguinha. Que as flores, as arvores, os passaros e tudo o mais faziam parte de nossas vidas e eram tao importantes, quanto nois.
No ano seguinte eu fui para uma outra escola primaria.
Mas tia Conceissao continuou fazendo parte da minha vida durante muito tempo.
Ao longo da minha vida de estudante, do jardim de infância, à faculdade, houveram professores que me marcaram muito. Sem eles, nada teria sentido . Professores que me ensinaram muito mais do que matematica, geografia ou portugês. Falarei deles aos pouquinhos.