7.30.2007

Ternura

Ontem ele veio visita-la e trouxe o cachorro.
Conversaram, brigaram um pouco como de costume, riram e jantaram juntos.
Na hora de partir, ele viu que o carro nao dava a partida. Ela tentou empurrar, mas era pesado de mais. O cachorro no banco de tras, olhava inquieto.
Ele nervoso, disse à ela pra tentar dar a partida, enquanto ele empurrava. Ela entrou no carro, acelerou, ele empurrou e nada...repetiram a operaçao varias vezes. Enquanto ele empurrava o carro, ela o olhava pelo retrovisor. De vez em quando ele vinha e mexia na marcha, tocando o joelho dela, sem perceber.
E no meio disso tudo, ela sentia aquela emoçao de sempre. A expressao de esforço, dele, seu corpo suado, seu braço forte.
Ela tinha um no na garganta e uma pergunta na cabeça: "Porque nao deu certo?"
Em fim, o carro demarrou. Ele entrou aliviado. Ela pegou o cachorro no colo como se fosse um bebê. Seu bebê, o bebê dos dois.Em seguida depositou o cachorro novamente no banco de tras.
Olhou pra ele com ternura, passou a mao em sua testa e deu-lhe um beijo na boca.
Ele, sem qualquer espanto, retribuiu com uma piscada de olho e foi embora.